POR QUE AS PESSOAS NÃO FAZEM O QUE DEVERIAM FAZER?
Publicado em 13/10/2023 por Marcelo M. Corghi em indicações, livros
Saudações, leitores e leitoras!
Hoje vou comentar sobre o livro Por que as pessoas não fazem o que deveriam fazer?, do Christian Barbosa. O livro trata basicamente sobre procrastinação. É interessante porque é apenas o segundo livro que leio sobre o tema, e gostei.
É um bom complemento ao primeiro livro do autor, A tríade do tempo.
O livro explica porque nós procrastinamos, mas além de explicar o problema, também traz ideias de como resolver isso, propondo métodos para que você realize as suas atividades dentro do prazo, sem correria, sem ficar deixando para depois.
Abaixo, alguns trechos do livro que destaquei durante a minha leitura:
Estou aqui para lhe dizer que cansei de ser apenas seu tempo. Queria ser a sua vida. Mas essa é uma decisão que apenas você poderá tomar. Eu me chamo tempo. Mas você pode me chamar de família, relógio, trabalho, descanso, lazer ou qualquer outra coisa. Vamos fazer as pazes?
As pessoas não fazem aquilo que deveriam fazer simplesmente porque não dão o primeiro passo. Elas pensam na jornada e antevêem todas as dificuldades, o esforço, o tempo necessário para fazer a coisa acontecer.
As pessoas ficam perdidas em meio a tanto tempo desperdiçado.
Em seu livro Mindset – The New Psychology of Success (Mindset – A nova psicologia do sucesso), ela defende que a visão que temos de nós mesmos afeta profundamente a forma como dirigimos nossa vida.
Segundo Dweck, as pessoas podem adotar dois tipos de mindset na vida: o mindset fixo ou o mindset crescente. O mindset fixo implica uma visão moldada pela baixa autoestima. Em geral, os pensamentos que alguém com esse tipo de mindset tem de si mesmo são: “Eu sou um idiota”; “Tudo sempre dá errado para mim”; “É impossível mudar meu jeito de ser”; “Eu não tenho oportunidades na vida”. Pessoas com mindset fixo não conseguem entender que ser inteligente e talentoso é excelente; elas precisam ser perfeitas. E essa necessidade as impede de aceitar e lidar com seus erros. Cada falha se torna uma prova extrema de incapacidade.
Pessoas com mindset crescente entendem que sempre é possível aprender, melhorar e mudar. Nada é constante. Tudo pode ser adaptado e melhorado. Um mindset crescente implica a visão de que o cérebro é plástico e que a pessoa pode sempre evoluir, graças a sua capacidade de persistir, treinar e aprender com os erros.
A coisa mais difícil do mundo é enxergar o óbvio, não é verdade? A gente consegue ver o complexo, mas o óbvio é tão complicado!
Em uma pesquisa feita a partir de 1.100 decisões judiciais ao longo de um ano, descobriu-se que havia um padrão para uma pessoa presa sair em liberdade condicional. Esse padrão nada tinha a ver com o caso, com as provas etc., e sim com o horário em que o réu foi julgado. Setenta por cento dos prisioneiros que foram julgados pela manhã receberam liberdade condicional, enquanto aqueles cujo julgamento foi feito no fim da tarde receberam essa concessão em menos de 10% dos veredictos!
Por que isso acontece? Uma linha de pesquisa parece ter chegado a uma conclusão: nosso cérebro depende diretamente da nossa capacidade de fornecimento de energia. O cérebro, como o restante do corpo, extrai energia da glicose, o açúcar produzido a partir de qualquer alimento. Ele não para de funcionar quando o nível de glicose é baixo, simplesmente deixa de fazer algumas coisas e faz outras. O cérebro responde fortemente a recompensas imediatas e presta menos atenção às possibilidades de longo prazo. Ou seja, mesmo que você esteja bastante empenhado em manter uma dieta, se o seu nível de glicose estiver muito baixo, vai ser difícil aguentar quando lhe oferecerem uma deliciosa bomba de chocolate. O prazer imediato vai sobrepujar a sua força de vontade, algo como se seu cérebro dissesse: “É só uma pequena bomba, não vai fazer mal algum, e eu já comi salada no almoço.”
Escreva suas ideias!
Quem tenta fazer tudo não faz nada, só gasta energia, tempo e perde as oportunidades de priorizar aquilo que realmente o colocaria na rota da célula 4.
A maior parte de nossas ideias morre por não conseguirmos implementá-las de maneira viável. Temos muitas iniciativas e pouquíssimas “acabativas”.
No livro A tríade do tempo, menciono a regra 8-4-2. Entre todas as suas ideias, você deve escolher 8 para realizar durante o ano. Destas, você escolhe 4 para pôr em prática ao longo do mês e, destas 4, 2 por semana, como um funil de execução. Conforme você for concluindo as 8 ideias anuais, pode selecionar outras, mas respeitando esse limite.
Clareza é poder. Se você sabe o que quer, tem muito mais chances de realmente executar. A vida lhe dá aquilo que você pede ao seu cérebro. Se você não sabe pedir, seu cérebro não vai saber fazer.
A melhor forma de pensar nas suas tarefas é como se fosse literalmente uma receita de bolo. Você já leu uma receita de bolo? Tem a lista de ingredientes, o passo a passo, o tempo de preparo etc. É a mesma coisa.
A energia pessoal é gerada por diversos fatores que incluem alimentação, saúde, qualidade do sono, qualidade dos relacionamentos, fé, entre outras coisas. É um conjunto de fatores físicos, mentais, emocionais e espirituais que, juntos, constituem uma fonte de energia, porém, quando negligenciados, acabam por formar um dreno por onde se escoa toda a vitalidade. Sem energia, você olha para suas tarefas, até sabe o que fazer, mas não consegue a força de vontade e a disposição necessárias para sair do sofá e fazer a coisa acontecer.
Muitas pessoas confundem planejamento com aprisionamento. Planejar é dar a si mesmo a opção de escolher, de mudar, de ser flexível consigo mesmo. O que não dá para admitir é querer controlar o incontrolável. Isso só estressa a pessoa, suga sua energia, e, quando percebe, ela já está na procrastinação prejudicial.
Voltando ao exemplo do TCC, supondo que você almoçou e está na frente da TV, que tal se oferecer para tirar a mesa? Para lavar os pratos? Para varrer a sala? Concluídas as atividades, você desliga a TV, pega o computador e abre direto no seu TCC. Você acabou de se colocar em estado de execução. Varie as atividades anteriores, mas tenha certeza de que elas são curtas e podem ser facilmente concluídas. Se tiver filhos pequenos que não querem arrumar a bagunça, experimente aplicar esse conceito, duas ou três atividades curtas antes, e veja a bagunça sumir!
Ajuda externa pode ser uma pessoa de fora cobrando ou incentivando o outro a fazer a atividade. Alguém como um amigo, a esposa, o chefe, um coach. E isso já responde à pergunta: coaching funciona? Sim! Depende bastante da competência do coach, mas esse comprometimento com alguém é positivo.
O livro está à venda na Amazon, no link abaixo:
POR QUE AS PESSOAS NÃO FAZEM O QUE DEVERIAM FAZER – CHRISTIAN BARBOSA
E você, já leu este livro? O que achou dele?
Um abraço,
Marcelo.